quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Escrevo.




É como o efeito de algumas taças de vinho que vão te deixando distante da sobriedade. Quando escrevo posso me embriagar nas curvas do texto e envolver na experiência uma infinidade de sensações que pulsam ao mesmo tempo. Às vezes escrevo para aliviar o que está me bagunçando por dentro, noutras vezes, para partilhar a alegria de um bom momento. No universo dos devaneios posso viajar em pensamentos que desmoronam e se traduzem em versos. Sou amante da poesia que descreve sentimentos, amarra a angústia das lembranças doloridas na arte de escrever, transforma a vida vazia num conto literário cheio de sensibilidade. Pinta as cores vibrantes da paixão em cima dos tons claros do amor, põe pra fora as dores internas e as alheias também. Num delicado ato violento, a poesia devora o sentido das palavras no mesmo instante em que cospe suas intenções. Continuo escrevendo porque costumo me perder da consciência, geralmente me encontro nas emoções pretéritas e imagino as linhas em branco do futuro. Escrevo para saciar a sede das inquietações, para desvendar mistérios que moram dentro da razão, escrevo porque vivo.

Robson Muller.

4 comentários:

  1. Pois é meu caro, belíssimo texto, expressa de fato as razões de escrever, de fazer o mundo girar através das palavras, de transcender a alma para um espaço mais belo sem o tempo e sem a ausência... Escrever nos trona mais humanos, talvez seja por isso que nos tornamos amigos! um abraço!

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  2. Expressou corretamente quando alguém se entrega mesmo aos escritos.
    Parabéns, excelente reflexão...

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  3. Tentei descrever. É delicado o universo das letras. Muito obrigado mais uma vez Warley.

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