Primavera.

E que a primavera chegue encantando mais uma nova etapa vital. Que traga bons ares e o encanto de uma natureza reinventada. A vida precisa de novos rumos quando já não suportamos as lembranças do outono. No outono a melancolia da chuva inspirava nas canções de amor, nos versos que descrevem e traduzem o sentimento guardado. As palavras caiam com um sabor amargo e levavam as lágrimas que desciam com a chuva. A beleza de uma nova estação ilumina o coração, abrindo novos horizontes com fragmentos de felicidade. Renova e põe cor na vida, inova e traz novas memórias. A lua continua encantando as noites que pertencem aos casais de namorados que passeiam no romantismo das ruas em busca de uma nova história, ela sempre vai encantar! Sob o sol pode-se encontrar outros sorrisos, respirar uma consciência tranquila, admirar a beleza escondida no mundo por meio de uma ótica nova que permite enxergar além do passado. A primavera devolve a energia perdida nos desencontros da vida, ela nasce pra repor a beleza do amanhecer, incentivar a criação de outras páginas e versos, traz consigo a magia de um novo tempo.

Robson Muller.

Primeira e Terceira Pessoa.

Às vezes fico aqui inventando uma nova história
Às vezes nem dormi e já tenho na memória
É que vivo sonhando com esse amor inventado
Um refúgio pra quem sofre a abstinência do amor.

Aquele homem romântico não perde a essência
Acredita no paladar doce de um caso amoroso
A noite sai em busca do sabor amargo da vida
Ele até tenta se perder no mundo, é em vão.

Busquei anular esse romantismo surreal
É que não tenho a mesma inocência
Aonde foi parar a idéia de amor nobre?
Não há respostas quando já não se conhece bem.

Aquele menino sonhava com uma vida depois da janela
Ele ainda enxerga o valor nas pessoas
Mas, aprendeu a enxergar além da superfície
Ele vê maldade ofuscada no semblante.

Hoje suporto a consciência de viver sem amor
Amor que vem dos projetos da vida
Amor que vem dos sonhos ideais
Amor que vem e se deixa ir.

Aquele rapaz que um dia se rendeu aos efeitos do amor
Hoje não se importa muito, se protege apenas
Entre um licor e outro ri da vida
No fundo ele sabe que existe uma terceira pessoa que compartilha a mesma piada.

Rosbson Muller .

Seus passos.

Tentei lutar para mudar a direção, tentei me envolver para enxergar um novo dia, tentei me doar, entregar meu coração. A felicidade é composta de fragmentos de alegria, de momentos especiais, sorrisos verdadeiros, gestos de amor, mas, não somente, vai além. A felicidade está nos olhos de cada homem, está em suas faces, no interior de suas vidas, está na vontade de continuar caminhando. Perto dessa felicidade superficial não tenho forças, difícil não demonstrar o que se sente, não falar o que quer dizer, porém os olhos expressam mais que qualquer palavra dita. Os olhos entregam nossos sonhos, nossas defesas, eles contam a verdade que tantas vezes queremos esconder. Não vou continuar fugindo da realidade em volta, não consigo fingir que este momento é meu, que nele sou o homem mais feliz. Feche os olhos e agora lhe peço desculpas, não posso mandar no coração e ele costuma não me ouvir. É só um cego coração doente de amor. Feche os olhos e agora enxergue o meu sorriso, porque ele vai continuar sendo teu, ele não é egoísta e costuma retribuir teu amor. Vou fechar os olhos e buscar na memória as melhores lembranças, eu sei que é amor, porque ela quer me ver sorrindo. Lamente por não ser digno dos sentimentos seus. Lamente por mim e não por você. Não posso dizer que estou bem, que me vai ver sorrindo agora, mas, vou buscar forças. Gostaria de confortar seu coração, sua dor, enxugar tantas lágrimas. Nem tudo está no alcance, difícil enganar outro alguém quando já não conseguimos nos enganar, se palavras aliviam a angústia, peço-lhe que me ouça: Não me arrependo de ter seguido seus passos, porque não devemos nunca ter medo de correr em busca da felicidade.

Robson Muller.

Coração Adormecido.

A noite estava cheia de agonia
E no coração cresceu o ritmo da aflição
Na tentativa de esquecer, recuei ao medo
As lembranças doiam e marcavam num instante amargo.

Essa imagem tua segue meus passos
Parece não querer ser esquecida, perdida no tempo
A ausência me agride num transtorno único
Recolho a emoção e desabafo em lágrimas.

Posso enxergar esse sorriso ao fechar os olhos
Ao abrir ele se torna distante, já não me pertence
No intermédio da fantasia e realidade achei tua sombra
Insiste em soprar aos ouvidos num sussurro quase insonoro.

A noite é vazia e o corpo está frio
Ainda posso me aquecer com as lágrimas
E na tentativa de fugir acabo num reencontro doloroso.
Doi a consciência da realidade distante.

Sem rumo, procuro fugir da fantasia
É como se aliviasse inconscientemente alimentar
Na ansiedade de quem não mais espera
Adormece num sono profundo esse coração.

Robson Muller .

Novembro.

O tempo passa pela janela da vida oferecendo sorrisos

Está na hora de acordar e se deixar levar

É manhã de novembro e meu coração está leve

Tranquilo como o som que ecoa dos pássaros lá fora.

Estou caminhando em passos lentos pelo jardim

Na memória trago uma porção de boas lembranças

Posso sentir o toque doce do passado e guardá-lo com carinho

Os raios do sol da manhã beijam minha pele com entusiasmo.

Fecho os olhos para ouvir a natureza sonora que me invade

A brisa traz uma mistura de sabor e aroma de novembro

Sorrio com a alma para retribuir os encantos naturais

O mundo está sem tempo para entender as belezas de novembro.

No quarto, boa música, livros e pensamentos de saudade

Compartilham uma rotina ansiosa por vitalidade

Na mochila, o básico e a expectativa vinda dos novos planos

Abraça-me novembro e traz a emoção de uma vida nova.

Estou caminhando em passos longos para colecionar momentos

Sorrisos, flores, perfumes, amores e fotografias de novembro

Na estrada estão contidas as histórias de outros tempos

Tão perto e tão longe do que ainda é desconhecido.

Vou me envolver com o mar e trazer a sensação de liberdade

Enxergar nas ondas o vai e vem da vida

Respirar levemente quando lembrar do amor que ficou guardado

Deixo aqui dentro as belezas de um doce novembro.

Robson Muller.