quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Escrevo.




É como o efeito de algumas taças de vinho que vão te deixando distante da sobriedade. Quando escrevo posso me embriagar nas curvas do texto e envolver na experiência uma infinidade de sensações que pulsam ao mesmo tempo. Às vezes escrevo para aliviar o que está me bagunçando por dentro, noutras vezes, para partilhar a alegria de um bom momento. No universo dos devaneios posso viajar em pensamentos que desmoronam e se traduzem em versos. Sou amante da poesia que descreve sentimentos, amarra a angústia das lembranças doloridas na arte de escrever, transforma a vida vazia num conto literário cheio de sensibilidade. Pinta as cores vibrantes da paixão em cima dos tons claros do amor, põe pra fora as dores internas e as alheias também. Num delicado ato violento, a poesia devora o sentido das palavras no mesmo instante em que cospe suas intenções. Continuo escrevendo porque costumo me perder da consciência, geralmente me encontro nas emoções pretéritas e imagino as linhas em branco do futuro. Escrevo para saciar a sede das inquietações, para desvendar mistérios que moram dentro da razão, escrevo porque vivo.

Robson Muller.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Verbalizando um sentimento estranho.



Olha nos olhos
Entrega aquele sorriso
Libera o perfume
E segue minha vida.

Aperta em minhas mãos
Encosta no rosto
Sente de perto
E aceita o calor.

Caminha devagar
Entrega teu charme
Corre na chuva comigo
E deixa enxugar teu corpo.

Pense com carinho
Lembre do nosso mundo
Escreve uma carta minha
E receba flores no fim do dia.

Toma o vinho tinto
Ri do jeito atrapalhado
Fala perto do ouvido
E deixa encher seu coração.

Usa o vestido branco
Canta uma canção de amor
Diz que quer dividir tua vida
E permita te fazer sorrir.

Dança no meu ritmo
Celebre o nosso amor
Foge do que é monótono
E abraça minha vida agitada.

Vem pro meu lado
Sonha infinito
Traz teu encanto
Casa comigo?

Robson Muller.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Alagoas representa região Nordeste em festival nacional de literatura em vídeo.


"O Cidadão de Papel", produzido no interior do estado, é finalista e concorre com outros nove trabalhos literários.

Mais uma vez Alagoas terá representante em festival nacional, o curta-metragem compõe a lista com os 10 vídeos selecionados para concorrer ao 2º festival de literatura em vídeo que acontece em São Paulo no dia 16 de fevereiro. Evento almeja promover a cultura, incentivar interesse pela arte audiovisual e descobrir talentos envolvidos em diversos pontos do país.

Refletindo problemas que descrevem a realidade social brasileira, “O Cidadão de Papel” inspirado na obra do jornalista Gilberto Dimenstein trabalha questões como a desigualdade social, ausência da qualidade na educação, desrespeito aos idosos e prostituição infantil. O curta-metragem conta com a participação de estudantes da escola Conceição Lyra em São Miguel dos Campos (AL) e direção do professor Salomão D’Luna, responsável pela composição da música “Escuridão” presente no enredo musical do vídeo.

Na primeira edição do Festival Literatura em Vídeo, realizada em 2011, a escola Conceição Lyra teve seu trabalho selecionado como finalista. “Meninas da noite", também inspirado na obra de Gilberto Dimenstein e dirigido por Salomão D’Luna, foi o grande vencedor da categoria melhor filme pelo Júri Técnico. O filme retrata a triste realidade vivenciada por meninas que se envolvem no mundo da prostituição, além de levantar questões como a pedofilia e o abuso sexual ocasionado dentro do próprio ambiente familiar.

Alagoas é o único estado do Nordeste que possui representante no evento. Apesar do talento que se confirma em mais um trabalho selecionado, é lamentável se ter a consciência da restrita valorização existente no estado. A arte transforma, possui grande potencial no combate a diversos problemas sociais e incentiva o interesse pela cultura. Porém, infelizmente existe pouco interesse na disseminação cultural e pouco investimento em órgãos públicos responsáveis pela arte alagoana.

O talento existe! Alagoas é um estado extremamente rico em cultura e abriga grandes artistas, mas, falta oportunidade para expandir a capacidade e favorecer o enriquecimento artístico dos talentos da terra. “O cidadão de Papel” é um bom exemplo do que está sendo exposto na prosa. A arte que reflete a realidade como forma de protesto pelo descaso. O estado será vitrine em concurso nacional de literatura em vídeo, entretanto, muitos desconhecem. Os bons frutos da nossa terra precisam ser enxergados com mais cuidado por quem a semea.

-Robson Muller

Acesse o link e vote em “O Cidadão de Papel”, nosso representante alagoano, para melhor filme na categoria Júri Popular do 2º Festival Literatura em Vídeo: www.literaturaemvideo.com.br.

Assista ao curta-metragem “Meninas da Noite” vencedor pela categoria Júri Técnico da primeira edição do Festival Literatura em Vídeo realizado em 2011.


Da poesia à notícia, o blog Devaneios em Versos resolveu apostar em um novo formato textual para cobrir uma notícia relevante no cenário artístico da nossa terra. O talento de uma equipe que está levando pela segunda vez nossa arte alagoana para um concurso nacional de literatura audiovisual. Duas obras do jornalista Gilberto Dimenstein foram escolhidas para inspirar produções que refletem a realidade através da literatura.








quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Versos cor de cinza.


A luz da tua vida alimentava meus sonhos
Fazia emergir os anseios pela felicidade plena
Exaltava os planos e os almejos dourados
Cercava meu mundo com paredes sólidas.

Hoje caminho sobre as folhas secas do jardim
Descobrindo devaneios da vida que passou
Apertando o coração que se prende na memória
Iludindo esperanças que insistem em projetar.

Descrevendo o sofrimento em versos cor de cinza
Desabando o pranto escondido embaixo dos olhos
Nossa história ficou guardada em refúgios da noite
Servindo como inspiração aos que arriscam poesia.

Reencontrei teu semblante na ânsia da saudade
Vivemos perdidos na insegurança da tua vida
Reservando o sentimento com receio pela dor
Abrigando no espaço mais profundo o que chamo de amor.

Dançando a melodia triste da saudade
Vou caindo na sobriedade dolorosa das lembranças
Meu coração sempre esteve aberto ansiando sua volta
Ele esperou demais e o frio dominou suas extremidades.

Ouvindo as notas da música épica ecoando do piano escuro
Posso ouvir seus sussurros de despedida atormentando
É um transtorno delicado que teima em perseguir meus medos
Escrevendo a solidão de um coração abandonado.

Robson Muller.