domingo, 5 de maio de 2013

Lembra-se?



Lembra-se das vezes que olhei para o que estava além de você?
Lembra-se de como você me sentiu submergir para dentro do seu oceano?
É estranho observar o passado e perceptível entender que já não somos um sol
E já não há o que questionar ou reconhecer naquela história de amor jovial.

É como se eu pudesse guardar todas as suas feições dentro de um baú de madeira
Quando as observo cuidadosamente aos domingos pela manhã
E a luz daquele sol que um dia iluminou seu sorriso continua surdindo
Mostrando-me que os sonhos existem.

Vivem sobrevoando as lembranças mais sensatas
E aquelas menos equilibradas também
Como a voracidade de uma canção de jazz e a sensibilidade de uma poesia
Que desestabilizam a linha tênue da racionalidade.

Então respiro lentamente enquanto observo o futuro de perto
Sentindo as nuances que percorrem o espaço mais arbitrário da alma
E quando percebo que o nosso amor se esvai entre as recordações insanas
Fecho os olhos para tê-la em meus braços outra vez.

Robson Muller

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