sexta-feira, 6 de abril de 2012

Cartas na gaveta



No fim da tarde posso ouvir sua voz mansa
Sentindo as intenções na timidez do olhar
O silêncio que me diz tantas coisas às vezes
Também inquieta minhas expectativas.

Estive caminhando solto na brisa do verão
Pensando nas cartas guardadas na gaveta
É estranho não querer vasculhar o cômodo
Estou distante da angústia que atormentava.

Parece que as gavetas do coração não abrem
Estão fechadas com a chave da razão
Acredito que você chegou bem perto e voltou
Ameaçou habitar esse coração isolado.

Apesar dos passos inseguros no corredor escuro
Sinto como se pudesse libertar essa dor
Soltar o coração que está preso na gaiola
Como um pássaro ansioso para voar.

E quando estive livre fui vulnerável
Deixei escapar minhas fraquezas
A fragilidade contida na insegurança
Até imaginei seu abraço sincero.

Pensei em escrever uma nova carta
Encaminhá-la para um destino novo
Não soube me encontrar nessa trilha ideal
As palavras se perderam na falta de você.

Robson Muller.

4 comentários:

  1. Sem maiores delongas, muito bom! "Acredito que você chegou bem perto e voltou
    Ameaçou habitar esse coração isolado"... profundos esses versos!

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  2. Muito bom!
    A forma como você traduz seus sentimento e impressões é cativante.

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  3. Obrigado gente! Vou tentar publicar com mais frequência!

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