É como o efeito de algumas taças de vinho
que vão te deixando distante da sobriedade. Quando escrevo posso me embriagar
nas curvas do texto e envolver na experiência uma infinidade de sensações que
pulsam ao mesmo tempo. Às vezes escrevo para aliviar o que está me bagunçando
por dentro, noutras vezes, para partilhar a alegria de um bom momento. No
universo dos devaneios posso viajar em pensamentos que desmoronam e se traduzem
em versos. Sou amante da poesia que descreve sentimentos, amarra a angústia das
lembranças doloridas na arte de escrever, transforma a vida vazia num conto
literário cheio de sensibilidade. Pinta as cores vibrantes da paixão em cima
dos tons claros do amor, põe pra
fora as dores internas e as alheias também. Num delicado ato violento, a poesia
devora o sentido das palavras no mesmo instante em que cospe suas intenções.
Continuo escrevendo porque costumo me perder da consciência, geralmente me
encontro nas emoções pretéritas e imagino as linhas em branco do futuro.
Escrevo para saciar a sede das inquietações, para desvendar mistérios que moram
dentro da razão, escrevo porque vivo.
Robson Muller.
Pois é meu caro, belíssimo texto, expressa de fato as razões de escrever, de fazer o mundo girar através das palavras, de transcender a alma para um espaço mais belo sem o tempo e sem a ausência... Escrever nos trona mais humanos, talvez seja por isso que nos tornamos amigos! um abraço!
ResponderExcluirObrigado pela análise Anobelino!
ResponderExcluirExpressou corretamente quando alguém se entrega mesmo aos escritos.
ResponderExcluirParabéns, excelente reflexão...
Tentei descrever. É delicado o universo das letras. Muito obrigado mais uma vez Warley.
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